racismo é um componente das relações sociais brasileiras e constitui-se em fator limitante da inserção social de negros e negras, refletido nas condições de habitação, educação, emprego, renda, saúde, dentre outras, da maioria desta população. Trata-se de um elemento historicamente determinado e sociologicamente reproduzido, sendo também institucionalmente implementado. Quando o Estado omite-se na busca pela superação das vulnerabilidades sociais vividas pela maioria negra, contribui para manutenção e agravamento das precariedades, incorrendo no racismo institucional. O racismo ambiental é uma das formas de racismo institucional, cuja configuração expressa-se na relação de negras e negros com o meio ambiente, pelo espaço que lhes é possÃvel construir. Reflete-se, portanto, nas injustiças sociais e ambientais que recaem de forma desproporcional sobre grupos étnicos/raciais mais vulneráveis socialmente. O racismo ambiental vem sendo diagnosticado, sobretudo, em localidades tradicionais, como aldeias indÃgenas e comunidades quilombolas, certamente por serem de mais fácil caracterização. Mas, a sua identificação também é possÃvel em áreas periféricas privadas do acesso aos direitos sociais, econômicos e polÃticos, instaladas sob condições ambientalmente inadequadas. Muitos espaços urbanos da maioria das grandes cidades brasileiras constituem-se em território negros pela presença marcante desta população, a exemplo de comunidades recifenses erguidas sobre morros, encostas e alagados. As áreas pobres no Recife são denominadas de diferentes formas: assentamentos populares, favelas, aglomerados subnormais e constituÃdas, na sua maioria, por uma população negra, como conseqüência do processo de formação nacional e da ocupação urbana da cidade. Recife sempre gestou espaços de negros e espaços de brancos, onde o acesso à habitação, historicamente, apresenta desigualdades, a exemplo das casas grande/senzalas e dos sobrados/mocambos. O artigo faz um recorte da tese defendida em 2011 no Doutorado de Serviço Social da UFPE, que estudou a problemática racial para além das implicações econômicas, analisando a configuração sócio espacial, onde tratou da ocupação dos espaços urbanos do Recife pela população negra para entender questões referentes à interferência do racismo na configuração de tal espacialidade. Palavras Chave: Racismo ambiental; ocupação espacial; comunidades pobres.
racism is a component of social relations in Brazil and is limiting factor of social inclusion of black men and women, reflected in terms of housing, education, employment, income, health, among others, the majority of this population. It is a historically and sociologically reproduced, as well as institutionally implemented. When the State omits in search for the overcoming of social vulnerabilities experienced by the black majority, contributes to maintaining and deepening of realistic Diagnostics, incurring in institutional racism. Environmental racism is a form of institutional racism, whose configuration is expressed in black and black relationship with the environment, for the space that you can build them. Reflected, therefore, in social and environmental injustices that fall disproportionately on ethnic/racial groups more socially vulnerable. Environmental racism has been diagnosed, especially in towns such as indigenous and Quilombola communities, villages certainly to be more easy characterization. But, their identification is also possible in peripheral areas deprived of access to social, economic and political rights, installed under environmentally inappropriate conditions. Many urban spaces of most major Brazilian cities are black territory by the strong presence of this population, the example of recifensest.n communities built on hills, slopes and flooded. The poor areas on the reef are named in different ways: popular settlements, favelas, subnormal and clusters consist of mostly by a black population, as a consequence of the process of national and urban occupation training. Always black spaces within Reef and white spaces, where access to housing, historically, features, such inequalities big houses/townhouses/mocambos and slave quarters. The article is a snip of the thesis defended in 2011 in the Doctorate of Social work at UFPE, who has studied racial issues beyond the economic implications, analyzing the social and spatial configuration, which dealt with the occupation of urban spaces of the reef by the black population to understand issues related to racism in the configuration of this spatiality. Key words: Environmental Racism; space occupation; poor communities.